O evento “Diálogo Mulheres em Movimento: Direitos e Novos
Rumos”. O encontro reúne mulheres de todo o Brasil e da América Latina
para discutir estratégias para fortalecer a luta pela igualdade de
gênero na região. A iniciativa é promovida pela organização social Fundo
ELAS, em parceria com o British Council e a Open Society Foundation
Brasil.
A programação conta com a participação de 140 ativistas,
incluindo representantes de movimentos estudantis, negros, indígenas,
LGBT, de trabalhadoras domésticas, e tantos outros. A coordenadora-geral
do Fundo Elas, Amália Fisher, fez a abertura e um breve discurso sobre a
história do grupo e a preocupação com o contexto político atual.
Segundo ela, a angústia diante da situação tem sido também um
combustível para buscar investir cada vez mais nas pautas feministas
como forma de combate à opressão.
Nadine Gasman, da ONU Mulheres, falou sobre os exemplos
positivos dados pelo Brasil do ponto de vista da mobilização social,
como a Marcha das Margaridas e a ocupação nas escolas públicas. Ela
citou o movimento mundial de mulheres contra o presidente
norte-americano Donald Trump e a necessidade de promover a diversidade
para que 2017 possa ser melhor do que o ano passado. “Sem
desenvolvimento das mulheres, não há sociedade justa e pacífica”,
afirmou.
Jolúzia Batista, representante da ONG CFEMEA, ressaltou a
ascensão do conservadorismo e lembrou que os poucos avanços que as
feministas conseguiram recentemente, como uma lei que regula o
atendimento a vítimas de violência sexual, ainda são questionados por
bancadas religiosas no Congresso Nacional. “Nosso corpo é nosso
território e não território de disputa conservadora”, enfatizou.
A presidenta da Federação Nacional das Trabalhadoras
Domésticas (Fenatrad), Creuza Oliveira, fez uma fala emocionada sobre a
trajetória da entidade, comentou ainda a respeito da regulamentação da
profissão em 2013 com a ‘PEC das Domésticas’, a ameaça às conquistas
trabalhistas do atual governo e o genocídio da juventude negra no
Brasil.
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