Salve!
Salve companheiras,
25
de julho – Essa data foi intitulada - Dia da Mulher Afro-Latino-Americana e
Caribenha foi estabelecido no 1º Encontro de Mulheres Negras da América Latina
e do Caribe, que teve representação de mulheres negras de mais de 70 países, na
República Dominicana, em 1992.
Essa
data tornou-se marco internacional da luta, da resistência das mulheres negras,
que teve e tem como objetivo tornar
visível o racismo, a discriminação, a violação dos direitos, o preconceito, a
pobreza e os demais problemas que herdaram de uma sociedade estruturada no
capitalismo, que tem como pilares o patriarcado (sistema de poder dos homens
sobre as mulheres), sexismo, homofobia e
o racismo (a dominação dos não negros sobre os negros).É momento de parar para refletir sobre os
problemas que as mulheres negras enfrentam durante sua vida, todos os dias.
A
sociedade brasileira foi marcada pelo modo de produção escravista colonial,
onde a mão-de-obra era de homens e mulheres trazidos da África, sendo
escravizados no Brasil. A chegada das
mulheres africanas marcou a formação social brasileira. Essas mulheres
trouxeram tradições ancestrais que influenciaram a língua, os costumes, a
alimentação, a medicina e a arte, além de introduzirem métodos agrícolas,
vários produtos e valores coletivos no Brasil.
Este
novo país impôs papéis sociais para essas mulheres negras que passaram a ser
brasileiras. As mulheres negras foram escravizadas e exploradas pelos senhores.
Pelo fato de serem mulheres, também foram abusadas, exploradas sexualmente,
usadas como prostitutas e também cumpriram com o papel de alimentar gerações de
crianças não negras, sendo, por diversas vezes, forçadas a abandonar seus
filhos e filhas.
A
história apresenta esses fatos que demonstram a situação humilhante da mulher
negra desde sua chegada no Brasil, até os dias de hoje.
No
Brasil, as mulheres negras têm menos anos de estudo que as mulheres não negras
e recebem um salário cerca de 50% menor. 90,23% da população negra
economicamente ativa está no emprego doméstico, enquanto na população branca
este percentual é de apenas 6,1%. A maioria das mulheres negras chefes de
família (60%), isto é, sem companheiro ou companheira para contribuir com a
renda, tendo rendimento de até um salário mínimo.
É
por essa história de opressão e resistência que o MOVIMENTO DAS MULHERES NEGRAS
DA FLORESTA – DANDARA , vem tentando organizar, fortalecer espaços de poder
para e com as mulheres negras do Amazonas. Tentando manter firme a memória histórica
de nossas ancestrais. Tentando manter o compromisso de lutar pela igualdade de
gênero e raça. Tentando ampliar a luta contra o capital. Tentando fortalecer
nossos laços culturais, buscando refletir, estudar nossa cultura e história
para resistir e avançar. Continuar a
luta de Dandara, Tereza de Benguela, Lélia Gonzalez, Maria Filipa, Luiza Mahin, Ellen Johnson Sirleaf, Wangari Muta Maathai, Maya Angelou, Zeferina, Anastácia, Antonieta de Barros,
Zumira, Joana e as invisíveis.
Nossa
homenagem: Nós Dandaras, queremos continuar lutando juntas, com as Fabianas,
Terezas, Analbas, Rogerias, Marcias, Alcinas, Antonias, Nonatas, Alfas, Silvias,
Juremas, Drys, Marias, Silvanas, Tanias,
Arletes, Flores, Luzas, Marilacs, com as Nils, Nazas, Cidas, Jessicas, Roseanes,
Claras, Caritas, Graças, Veras, Danis, Vals, Francys, Rosalys, Helenas, Susis,
Rosas, Hilmas, Goretes, Rosis, Cleias, Rejes, Ivanas, Dudas, Socorros, Dinas,
Kellys, Alines, Anas, Chicas, Dulces, Glorias, Lias, Michelles, Betas e tantas
outras.
Nossa
luta é coletiva, por nós e para outras.
Saudações
a todas mulheres negras.
Francy
Junior
Mulher
negra e de luta.
Historiadora,
atriz, feminista e socialista.
Movimento
das Mulheres Negras da Floresta – Dandara.
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